29/11/2012

Carpideiras? Não é bem isso

Por trás da nossa casa há uma casa que presta cuidados de saúde (aqui chamam-lhe hospital e aqui assim é) e uma outra casa, a que se chama casa das mães (uma casa de apoio a mães e crianças que noutro lado não encontraram apoio ou encontraram desapoio).

Assim, perto da nossa casa, não há muita gente que nasça (como é normal nos hospitais europeus) porque não é lá que é normal as pessoas nascerem, mas há muitas mortes.
E, aqui, quando se morre chora-se, grita-se, chora-se, grita-se, chora-se.... bastante.

Esta noite, acordei. Acordei com o barulho das gentes, que passa através das janelas que não têm vidros (por não serem precisos. apenas redes mosquiteiro e portadas encostadas), dos seus choros e lamentos. E assim fiquei acordada e a pensar em quem teria sido. Recordei o pequeno texto sobre Morte que tinha lido antes de adormecer. Nele dizia-se que quando alguém morre, morre a pessoa mas nunca a relação que se teve com ela. Essa continua de outra maneira que se tem de aprender ....

Voltei a adormecer e sobre a manhã, tudo estava calmo, havia calor com uma doce brisa fresca que ameaça quente e um sol brilhante a decorar a terra vermelha que ao final da tarde há-de ser fogo!

A casa das mães.

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